quinta-feira, 29 de agosto de 2013

RPG v.s. Religião


Saudações caros aventureiros! 
Falando sério agora, RPG e Religião são dois assuntos que vira e mexe estão se chocando, desde os primórdios do RPG, sofremos preconceitos por parte da religião. 

Por mais que o jogo de interpretação ajude no desenvolvimento intelectual dos participantes, sempre há um fanático religioso para escorraçar o jogo! O mais engraçado, é que o próprio RPG não tem nada contra a religião! Afinal por que motivo, seriamos contra a religião? O próprio Steven Jacson (criador do GURPS) a utilizou em muito de seus jogos, se não em todos. Por essa polêmica falarei adiante sobre o que interferem nessa relação de RPG e Religião:
 

Capa do livro de RPG Vampiro a Máscar.
 1º: O Preconceito:

Há alguns anos o RPG foi muito perseguido por alguns crimes que ocorreram em São Paulo, o caso foi um assassinato em um cemitério que no local havia um livro de “Vampiro: A Máscara”, o jogo foi altamente combatido nos meses seguintes, o que gerou um grande preconceito que repercute até hoje, por causa do ocorrido a mais de 10 anos. Após este, alguns outros crimes foram ligados ao RPG, sendo que em nenhum deles, ele era ligado ao jogo, a acusação era sempre dada por algum desavisado que ficou sabendo que uma das vítimas ou acusados jogava, ou jogou o jogo.

2º: Jogos Sombrios:

A própria temática da maioria dos jogos não ajuda, muito dos jogos utiliza nomes bíblicos para nomear monstros e outros seres, o que assusta quem não joga RPG. Muitas vezes as ilustrações dos livros, os Livros do Mundo Trevas, considerados os mais “pesados” até mesmo pelos jogadores tem uma ótima equipe de ilustradores, mais as ilustrações são sérias e até mesmo sombrias.

Baal e outros demônios são considerados nas histórias bíblicas, os próprios dragões são bestas das trevas citadas nos evangelhos. Mais como explicar para as pessoas, que nós Rpgistas não cultuamos esses seres, e sim "destruirmo-los" em nossos jogo? Para piorar, Tiamat, a rainha dos dragões cromáticos é citada no livro do Apocalipse como a Grande Besta do mesmo. Os Lordes das Profundezas são encarnações dos próprios demônios.

Minha mãe sempre era contra eu jogar quando garoto, não tiro a razão dela, alguns jogos são realmente sinistros, mais acho que vai da consciência de cada um eu particularmente gosto apenas os jogos mais venturosos no estilo Caverna do Dragão se você acha que o jogo está pesado demais, fale com seu mestre, ele deve ouvir o que os outros pensam, e se não acatar o seu pedido, procure outro grupo, pode ser que você esteja no grupo errado. Não é errado jogar RPG, é um jogo saudável que estimula a criatividade e ajuda o jovem a desenvolver o social, desde que jogado com uma medida de parcimônia.


3º: Igrejas: Primeiramente, nós do Limonada Nerd não discutimos Religião, política e futebol essas são nossa "Três Leis" e respeitamos todas as religiões, sejam elas quais forem, não estamos aqui para criticar ninguém sobre seu credo religioso. Por isso iremos falar somente de assuntos de acordo com nossas fontes e conhecimento, sem parcialidade.

A Igreja católica não tem nenhum documento oficial sobre o RPG, quando digo oficial quero dizer vindo do Vaticano. Eles veem o RPG, como um jogo qualquer igual à: “War”, “Banco Imobiliário”, etc...  O que pode acontecer é algum padre desinformado, impressionado pelos crimes que envolvem alguém que joga, criticar o jogo.

Algumas Igrejas protestantes, se não todas, tem uma implicância muito grande com a temática abordada pela maioria dos jogos, que muitas vezes envolvem anjos, demônios, vampiros, deuses e outros seres mitológicos (devo dizer que também acho meio chato esse enredo). Sendo que para eles os jogadores, são vistos como próprios enviados de satanás, pessoas possuídas por demônios. Não estou generalizando, mais é o que acontece. Um de meus amigos, um evangélico, jogava escondido da família. Quando sua família ficou sabendo, este sofreu varias humilhações. Pow véio isso tá errado! Malhar o muleque só por causa de um jogo, dentro da casa de um amigo que estava acompanhado de pais responsáveis!?

Eu mesmo como disse anteriormente, fui atacado pelo preconceito religioso. Minha véia detonou toda minha antiga coleção! Na época, fiquei muito irritado, e até me afastei do jogo por alguns meses, assim que completei 18, voltei a comprar os livros com meu dinheiro. No inicio é claro, escondia-os, mais agora os deixo jogados pelo meu quarto e ninguém fala mais nada...Quem manda é nós pow!!! NerdPower na Caveira! 

***

De acordo com os fatos acima, citarei alguns depoimentos postados na internet, sobre o assunto, não postarei os autores, para preservar a integridade dos internautas que falaram sobre o assunto:

Primeiro depoimento:

Bem assunto delicado e polêmico, mas que deve ser discutido e falado.
Não podemos fazer Tabu e evitar este assunto.

Acredito que os problemas que ocorreram se devem a pré-conceito e desconhecimento das partes.

Pois eu sou Católico Apostólico Romano, ajudo na catequese das crianças e vou todo domingo a missa, e sou também Jogador de RPG e curto títulos como Vampiro, Mago, Múmias que tangem assuntos religiosos como em magos aonde a maioria dos paradigmas das tradições esta fincada em alguma religião, assim você pode ver entre os coristas celestiais, o Catolicismo, o cristianismos protestantes, na irmandade de Akasha nota-se a presença do Budismo, Hinduísmo ou outra religião oriental, nos oradores dos sonhos o Xamanismo, nos Verbenas o Paganismo, e nos Herméticos nota-se as sociedades secretas como Maçonaria, Rosa-cruz dentre outras apesar de Maçonaria ser mesmo um dos Ofícios da Ordem da Razão no Cruzada.

Então vai da cabeça de cada um...

O problema não esta em jogos de rpg abordarem temas religiosos ou falarem de Demônio diabo ou o que quer seja, são apenas imagens ilustrativas alegóricas. A uma divisão clara entre se falar sobre um assunto e se praticar um ato!

Tudo em excesso é ruim, tudo que leva ao fanatismo é mau. Tudo que se fecha para o mudo fica cego para o que está em volta.

Lembro-me que quando ocorreu o caso de assassinatos em que foram encontrados livros de RPG no local falavam que o RPG era ruim era mau, era coisa do demônio e coisa e tal...

E eu conversava com um amigo no telefone: é dizem que o RPG é coisa do demônio agora me deixa desligar porque eu tenho que acordar cedo amanha para abrir a igreja, e eu disse tudo bem eu também tenho que ir a missa cedo.
Então é assim, RPG é um jogo que fala sobre vários assuntos, como se pode de deve conversar sobre todo e qualquer assunto.

Antes de criticar deve-se conhecer para pode falar com causa e propriedade.


Segundo depoimento:

Ah, eu me lembro dos textos gigantes sobre o assunto =p.

Sem problema algum, afinal o teatro e cinema também usam religião.

No meu caso, sendo cristão, evangélico, batista (bah que titulo) o que eu evitaria num jogo é ter personagens prestando culto aos demônios por exemplo. Com esse tipo de coisa eu não brinco mesmo.  Posso até fazer uso de um NPC que o faça, mas sem entrar em detalhes, sem querer detalhar palavra por palavra tudo que acontece em tal coisa.

Já disse acima, sou batista, e não e não procurei saber o que minha religião pensa, principalmente porque o meio batista é mais voltado para a bíblia e não para as regras impostas por homens.

Se eu achar que algo naquela partida especifica de RPG tiver algo que vai contra o que aquilo que eu sigo e acredito então eu vou parar de jogar ali.

Basta saber separar o que é ruim do bom. Cinema é ótimo, mas tem filmes que eu não vou assistir, nem por isso o cinema é perseguido dizendo que por causa de um filme ruim todos tem que ser cancelados e proibidos.

Terceiro depoimento:

Como eu sou super cabeça fria com religião, por mim, nos meus jogos eu uso sem nenhum problema. E já mestrei um jogo em que uma religião pedia para a cidade sacrificar meninas no solstício ( claro que era mentira e as meninas estavam vivas no final) para freiras e professores em um colégio de freiras. E elas gostaram muito, e entenderam toda a moral implícita (que era sobre as pessoas acreditarem em qualquer coisa que  vem da "religião")

Em geral, eu tento saber antes se alguém do grupo é cismado com religião antes de fazer o jogo. Sinceramente, eu ando de tão saco cheio com o mundo que nem tô ai com o resto da população ao redor, se vão achar estranho ou não. Eu já tenho o habito de pegar leve  em "fazer cena" diante de quem não conhece, mas fora isso não vai mudar minha vida ou forma de agir para não magoar os outros.

Ah, sim, claro que isso vem do fato da minha religião também não ser bem vista e eu ter me cansado de esconder isso do mundo.  Eu sou Wicca, e já fui quase escorraçada de parques publicas por estarmos realizando um de nossos rituais sazonais por um bando de crentes enlouquecidas. Já vi crente tentar invadir um evento FECHADO de Wicca para exorcizar a gente... Então parei de me importar, tanto com religião como no caso do RPG.

Mas é uma opinião bem própria, quem assume essa postura que eu assumo precisa saber aguentar os problemas que isso traz, então não recomenda para quem é  esquentadinho ou estourado...

Depoimentos retirados do site/fórum: falerpg.

***

Os dois assuntos são muito delicados quando juntos, por isso o melhor é evitar confusão, com essas pessoas que não compreendem os benefícios que o RPG pode trazer para uma pessoa. Muitas vezes a própria falta de conhecimento sobre o assunto, leva pessoas a acreditar nessas bobagens que falam do jogo.

Minha véia sempre foi contra no início, até minha noiva ficou contra um certo tempo! O que me ajudou foi meus amigos de infância e juventude que eram uns caras bem maneiros e modestos (bem comportados), minha véia parou de me pertubar, já minha "patroa" chegou a jogar comigo, hoje em dia ela curti bastante e até fala de filmes e livros voltados pro enredo comigo. As pessoas podem mudar de opinião, sobre o que não conhece, a partir do momento em que passam a conhecer!

Ou seja, quando uma pessoa vier com preconceito, a chame para um jogo mesmo que só para assistir, não entre em debate tentando explicar o por quê de o RPG ser um jogo bom. Agora se ela tiver na mão uma tocha e um ancinho, neste caso só digo uma coisa:

-Corre maluco!


“Não acredito em Bruxas, mais que elas existem, existem!”


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